25/09/2010

A Terceiro Sinal traz para Niterói o grande espetáculo "CALÍGULA"


Espetáculo Calígula com Thiago Lacerda faz curta temporada no Teatro Abel.

“A anatomia da peça é a metalinguagem”, afirma o diretor Gabriel Villela, diretor do espetáculo Calígula, que estréia dia 14 de outubro e fica até o dia 17, em curta temporada no Teatro Abel em Niterói. Com um elenco formado por Thiago Lacerda, Claudio Fontana, Magali Biff , Cesar Augusto, Pedro Henrique Moutinho, Rogerio Romera e Helio Souto Jr., a montagem valoriza a limpeza de movimentos, o tom lúdico da palavra seguindo o padrão de Gabriel Villela, do teatro de idéias divertido que não deixa o público fora da história.

Escrita por Albert Camus (Prêmio Nobel de Literatura por sua obra em 1957) em 1942, a peça é a história de Gaius Caesar Germanicus, conhecido por Calígula, terceiro imperador romano, reinante entre 37 e 41 que ficou conhecido pela sua natureza extravagante e por vezes cruel. Calígula é o filho mais novo de Germânico e Agripina, bisneto de César Augusto. Ele irrompe em cena após a morte de Drusilla, sua irmã e amante, para expressar seu desejo de impossível - a lua, a felicidade ou a vida eterna, seu novo programa de vida - é preciso ser lógico até o fim, a todo custo - e sua descoberta do que acarretará como sendo a verdade absoluta: os homens morrem e não são felizes.

Calígula constata o absurdo e decide levá-lo às últimas consequências, perdendo os limites do poder, da liberdade, da razão, negando todos os laços que o prendem ao gênero humano. Definida pelo próprio Camus como uma tragédia da inteligência, Calígula traz uma compreensão de que ninguém pode salvar-se sozinho, nem pode ser livre à custa dos outros.

Felicidade, Liberdade , Poder

Os intelectuais da época de Camus reconheceram, atrás da máscara do imperador louco, a figura de Hitler. Em outros personagens, é bem visível a consciência lúcida daqueles que, naquele tempo, mesmo tendo consciência da tirania, não souberam fazer oposição a ela por causa de sua frágil identidade cultural.

Camus escreveu uma peça que aborda as questões da Felicidade, da Liberdade e do Poder. Uma reflexão sobre o Homem e sobre aqueles que podem ser os seus extremos, sobre a Loucura, o Absurdo e o Destino. Ao espectador atento, o texto sintetiza com eficácia outros traços da figura do imperador: a lucidez, a tristeza, uma envergonhada ternura, o remorso pelo amor perdido, a espantosa solidão, o desencanto e a ferocidade, dos quais afloram a medida de uma grandeza humana que, por mais enlouquecida que seja, não pode deixar de nos maravilhar.

É significativa, neste sentido, uma breve passagem do IV ato, na qual o filósofo Cherea declara aos senadores, já decididos pela conspiração para matar Calígula: “Reconheçamos, ao menos, que este homem exerce uma inegável influência. Obriga toda a gente a pensar.”



Cenário e figurino

Alternando momentos de densidade dramática com outros mais irônicos, o espetáculo tem cenografia de JC Serroni. De acordo com o próprio Serroni, o cenário é moderno, clean. A ação se passa em um pátio, um castelo ou uma ruína de Roma, rodeado por bobinas de papel. Serroni trabalha com transparências obtidas por meio de telas. Elemento cênico que chama a atenção é a lua de quatro metros de diâmetro. Sobre ela são projetadas imagens. É dela que nasce o personagem Calígula, rastejando. Calças e jaquetas de couro, os figurinos, enxutos, são assinados por Gabriel Villela. “O de Magali é mais elaborado em termos de indumentária, e em determinados momentos o de Calígula pede mais adereços”, informa o diretor.

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Ficha técnica

Texto: Albert Camus.

Tradução: Dib Carneiro Neto.

Direção e figurinos: Gabriel Villela.

Cenografia: J C Serroni.

Sonoplastia: Cacá Toledo e Daniel Maia.

Elenco: Thiago Lacerda, Cláudio Fontana, Magali Biff, Pedro Henrique Moutinho, Rogério Romera, César Augusto e Helio Souto Jr..

Produção : BF Produções

Produção Local: Terceiro Sinal

Serviço:

CALÍGULA

14, 15, 16, 17 de outubro

Local: Teatro Abel

Endereço: Rua Mario Alves, 2, Icaraí – Niterói

Telefone: 2195-9800

Horário: Quinta, sexta e sábado às 21h e Domingo às 20h

Ingresso:Quinta R$ 50 (R$25 - meia) ; Sexta e Sábado e Domingo R$ 60 (R$30 meia)

Classificação etária: 14 anos

Duração: 100 minutos

Capacidade do teatro: 530 lugares

Um comentário:

  1. Espetáculo Maravilhoso que vale a pena ver de novo. O Trabalho do Thiago Lacerda esta incrivel.

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